Liturgia do dia: “Eles o condenarão à morte” | 2ª Semana da Quaresma 🟣

Primeira Leitura: Leitura do Livro do Profeta Jeremias 18,18-20

Esses versículos fazem parte de uma alegoria que compara Deus a um oleiro e Israel a um vaso de barro. Deus tem o poder de moldar e remoldar seu povo de acordo com sua vontade e sua conduta. Ele também oferece a oportunidade de se arrepender e mudar de rumo quando erra. No entanto, o povo de Israel se rebela contra Deus e contra seu profeta Jeremias, que anuncia o juízo divino sobre eles.

Nesses versículos, vemos que os líderes de Israel, incluindo sacerdotes, sábios e profetas falsos, conspiram contra Jeremias. Eles querem calar sua voz e ignorar sua mensagem. Eles dizem que não precisam dele, pois têm a lei, o conselho e a palavra por si mesmos. Eles planejam atacá-lo com a língua, ou seja, com calúnias e difamações.

Jeremias, por sua vez, clama a Deus por justiça e vingança. Ele pede que Deus preste atenção à sua causa e ouça a voz dos que brigam com ele. Ele lembra que se colocou diante de Deus para interceder pelo bem deles, mas eles lhe pagaram com o mal. Ele roga que Deus entregue os filhos deles à fome e à espada, que suas mulheres fiquem sem filhos e viúvas, que seus maridos e rapazes sejam mortos na guerra. Ele também pede que Deus traga tropas contra eles de repente, pois eles cavaram uma cova para prendê-lo e armaram laços para seus pés.

Essa passagem nos mostra o sofrimento e a angústia de Jeremias, que foi rejeitado e perseguido por seu próprio povo por causa de sua fidelidade a Deus. Ela também nos revela o caráter de Deus, que é soberano, justo e misericordioso. Ele pode abençoar ou castigar as nações conforme sua obediência ou desobediência. Ele também pode mudar de ideia quanto ao mal ou ao bem que pensa fazer, se elas se converterem ou se corromperem. Ele também ouve as orações de seus servos e defende sua causa.

Vinde, ataquemo-lo

Naqueles dias, 18. disseram eles: “Vinde para conspirarmos juntos contra Jeremias; um sacerdote não deixará morrer a lei; nem um sábio, o conselho; nem um profeta, a palavra. Vinde para o atacarmos com a língua, e não vamos prestar atenção a todas as suas palavras”.

19. Atende-me, Senhor, ouve o que dizem meus adversários. 20. Acaso pode-se retribuir o bem com o mal? Pois eles cavaram uma cova para mim. Lembra-te de que fui à tua presença, para interceder por eles e tentar afastar deles a tua ira.

  • Palavra do Senhor
  • Graças a Deus

Salmo Responsorial – Sl 30(31),5-6.14.15-16 (R. 17b)

R: Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!

— Retirai-me desta rede traiçoeira, porque sois o meu refúgio protetor! Em vossas mãos, Senhor, entrego o meu espírito, porque vós me salvareis, ó Deus fiel!

R: Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!

— Ao redor, todas as coisas me apavoram; ouço muitos cochichando contra mim; todos juntos se reúnem, conspirando e pensando como vão tirar-me a vida.

R: Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!

— A vós, porém, ó meu Senhor, eu me confio, e afirmo que só vós sois o meu Deus! Eu entrego em vossas mãos o meu destino; libertai-me do inimigo e do opressor!

R: Salvai-me pela vossa compaixão, ó Senhor Deus!


Aclamação ao Evangelho – Jo 8,12

— Salve, Cristo, luz da vida, companheiro na partilha!
— Eu sou a luz do mundo; aquele que me segue não caminha entre as trevas, mas terá a luz da vida


Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 20,17-28

Nesse trecho, Jesus anuncia pela terceira vez sua paixão, morte e ressurreição aos seus discípulos, que ainda não compreendem o sentido de sua missão. Eles esperam um Messias glorioso, que os faça ocupar lugares de honra em seu Reino. A mãe dos filhos de Zebedeu, Tiago e João, expressa esse desejo ao pedir a Jesus que conceda a seus filhos os postos mais altos em sua glória.

Jesus, porém, responde que eles não sabem o que estão pedindo, pois para participar de sua glória, é preciso antes beber do seu cálice, ou seja, sofrer com ele e por ele. Ele também diz que não cabe a ele distribuir os lugares em seu Reino, mas ao Pai, que os preparou para aqueles que ele escolheu. Jesus revela, assim, que seu Reino não é baseado no poder, na dominação e na ambição, mas no serviço, na humildade e no amor.

Quando os outros discípulos ficam irritados com a atitude dos irmãos, Jesus os chama e lhes ensina que eles não devem imitar os chefes das nações, que oprimem e exploram os seus súditos, mas devem seguir o seu exemplo, que veio não para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos. Jesus mostra, assim, que o critério de grandeza em seu Reino é a entrega generosa de si mesmo aos outros, especialmente aos mais necessitados.

Esse Evangelho nos convida a refletir sobre o que buscamos na nossa vida cristã: se queremos seguir Jesus por amor ou por interesse, se queremos servir aos irmãos ou ser servidos por eles, se queremos partilhar a sua cruz ou fugir do sofrimento. Ele também nos desafia a imitar o seu gesto de amor, que se manifestou plenamente na sua paixão e morte na cruz, e que nos abriu as portas da sua ressurreição e glória.

Eles o condenarão à morte

Naquele tempo, 17. enquanto Jesus subia para Jerusalém, ele tomou os doze discípulos à parte e, durante a caminhada, disse-lhes: 18. “Eis que estamos subindo para Jerusalém, e o Filho do Homem será entregue aos sumos sacerdotes e aos mestres da Lei. Eles o condenarão à morte, 19. e o entregarão aos pagãos para zombarem dele, para flagelá-lo e crucificá-lo. Mas no terceiro dia ressuscitará”.

20. A mãe dos filhos de Zebedeu aproximou-se de Jesus com seus filhos e ajoelhou-se com a intenção de fazer um pedido. 21. Jesus perguntou: “Que queres?” Ela respondeu: “Manda que estes meus dois filhos se sentem, no teu Reino, um à tua direita e outro à tua esquerda”. 22. Jesus, então, respondeu-lhe: “Não sabeis o que estais pedindo. Por acaso podeis beber o cálice que eu vou beber?” Eles responderam: “Podemos”. 23. Então Jesus lhes disse: “De fato, vós bebereis do meu cálice, mas não depende de mim conceder o lugar à minha direita ou à minha esquerda. Meu Pai é quem dará esses lugares àqueles para os quais ele os preparou”.

24. Quando os outros dez discípulos ouviram isso, ficaram irritados contra os dois irmãos. 25. Jesus, porém, chamou-os, e disse: “Vós sabeis que os chefes das nações têm poder sobre elas e os grandes as oprimem. 26. Entre vós não deverá ser assim. Quem quiser tornar-se grande, torne-se vosso servidor; 27. quem quiser ser o primeiro, seja vosso servo. 28. Pois, o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida como resgate em favor de muitos”.

  • Palavra da Salvação
  • Glória a Vós Senhor

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